O que significa hoje, à distância dos anos e das décadas, ter tido uma infância nos anos 60?
Ser criança nos anos 60 é ter curtido filme de Jerry Lewis e se encantado ao som do tema musical do filme “Ao Mestre Com Carinho”.
Menino que era menino de verdade, nos anos 60, tinha que ficar acordado até tarde e assistir Bat Masterson para dormir cantando “No velho oeste ele nasceu/ e entre bravos se criou/seu nome lenda se tornou/Bat Masterson/Bat Masterson…”
Ter sido criança nos anos 60 é não ter entendido o que é que aqueles tanques estavam fazendo ali nas ruas e por que os soldados não eram de plástico ou de chumbo como meus brinquedos.
Ter podido ser criança nos anos 60 foi ter podido assistir na televisão nas tardes e os 3 Patetas.
Ter sido menino no anos 60 é ter viajado de Rural, pedalado de velocípede, brincado de Forte Apache, em que me sentia o verdadeiro dono de Rim Tim Tim.
Ah, os anos 60! Foram tão rápidos e ligeiros. Agora é como aquele retrato na parede do poema de Drummond.
Vieram os Beatles, os festivais da Record, o colorido psicodélico da contra-cultura e os primeiros bailes iluminados à luz negra. Mas isto é outra história para outro momento de saudade.